Gli amici scuri

Uma cigana que ouvia balé russo me chama pra conversar e diz coisas que não sonhei, melodias que não ouvi e cautelas que não preciso tomar.


Essa cigana me diz que nem sempre o irmão da Noite caminha a seu lado, mas que sempre, pra algum, um de seus filhos, ela traz.

Que pra sempre haverá morte onde se deseja a vida.

Ao questioná-la sobre conselho não cabível, sendo possivelmente conhecimentos para outro qualquer, me disse a cigana:

Tu que és, tu que já não mais está,
É pois então teu fim ou os meios de outrem?
Sois o caminho ou sois a chegada?
Há de ser chegada sendo tu o que és?
Assassina para ti mesmo tudo aquilo que lhe é morto.
Almeja ser o fim de si mesmo apenas os heróis
E já é passado o tempo desses.
Matam aquilo que desafia a luxúria da inocência incoerente.
Para que jamais a dúvida abata sua certeza de jarro oco.
Mantendo assim para sempre um altar com velas e um espelho
Apunhalam pelas costas as próprias verdades
Podendo assim transformar a pedra em que repousam em penas de ganso
Penas todas estas, que um dia escreveram cartas de amores.
Agora vá, não me cedas mais teu ouro de alquimista cego.
Não me permitas mais olhar-te tão fundo nos olhos.
Se me deixar, portanto, não demora que chegue teu tempo.
E tanto a Noite quanto o medo hão de ver-te aos prantos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário