Flor que chora

Um fiapo, um fiasco, um fim de papo
Um adeus inacabado, um amor despedaçado
Um qualquer abandonado, jogado
Aos cuidados de um sonho inacabado

Deixar o estar para se tornar o ser,
Fingir o estar para enganar o ser
E nunca ser o que se está, pois não se é.

Todos médicos, todos pacientes
Nem sempre pacientes. Conscientes.
Nem sempre conscientes de um fim inexistente.

É que quando o peso do mundo ameaça dobrar o joelho
Quando a estrada dá adeus pro seu fim
Quando pedras abraçam os calcanhares
E a lágrima de cansaço e profunda e incompreendida dor se deita no rosto
Que o caminho finalmente tem água pra que cresçam flores
Ai daquele que não vê que o regou por ter os olhos inchados de tanto caminho.

Um pomar da lentidão
Pois nessa vida a pressa fez-se perder amores, calores e odores
É lento, sábio, completo e perfeito.
É leito de morte e vida
Ha ha ha
Triste e sádico não é...

Não há delongas pra rosa que não tem espinhos!
Desde sua raiz até às pétalas é livre de decepções.
Qualquer um que queira, colhe.
Mas quanta poesia, sabedoria e charme há numa rosa com espinhos!
Essa, não é colhida, se deixa colher.
Um charme bobo todo cheio de si que se apossa da gente.

Tudo isso por que um dia, algumas lágrimas foram deixadas cair.

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