Asco

Olha pra ti flor que nasce no estrume.
Semente expurgada de ódio crescente.
Equivocada ao existir sem pedir perdão.
Renegada pela menor virtude.
Incitada tantas vezes num livro de ignorantes.
Olha pra ti, flor que nasce do estrume.

Fincada três vezes em terra estéril
À moda de princesa morta de alguma cova mal pisada
Ungida de pudor inverossímil
Confinada em jaulas invisíveis
Com portas de orgulho e presunção
Olha, pra ti. Flor do estrume.

Já não pode ver, pois de pungente e fétido rancor apodrece imaculada
Flor do estrume, flor de jaula, jaula e estrume numa flor de fumo
Fraca e falha, feia e flácida.
É senão uma flor que nasce
Nasce morta por ser de estrume.
Nasce e morre, a flor do ciúme

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