Pontos...pausas.

Quanta graça e charme tem numa fala pausada.
São as pausas que dão fôlego pra mente.
Como esses mestres da sabedoria humana, que descansam a língua a cada provocação.
São as pausas que dão sentido ao continuar andando.
Por que começou a andar se no começo não havia pensado em pausar?
Mas nem sempre a pausa é bem-quista.
Chuva. Belas gotas de profundidade intelectual
Se perdem em rios de tristeza inerte.

Quais são? Quais são as coisas que movem seus passos até a próxima pausa?
Quando, para você, é a próxima pausa?
Um fôlego interminável que tem raiz num medo infindável.

Medo? Medo de que? Há sempre o desprevenido para perguntar.
Medo da pausa, a pausa que diz que sou.
A pausa que me mostra o que fui, onde estou e para onde eu vou.

Portanto...quem não pausa tem medo.
Medo de saber de si mesmo aquilo que nega na escultura do outro.
Fosse de outro jeito nossa consciência não viveria num leito.
Leito de enfermo ensandecido por não poder sentir o vento que vem da janela.
Janela do hospício onde trancamos a verdade.
Onde trancamos os papéis com a descrição fiel do que somos.

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